domingo, 6 de julho de 2008

6 de julho

Acordei bem cedo e fui escalar com a Marcia. Foi ótimo, como das últimas vezes. Gosto muito de escalar com ela, principalmente por essa falta de pressa e de cobrança. Gosto de ser cobrada por meus parceiros, que me querem ver evoluindo sempre, mas gosto do relaxamento de escalar com alguém que, como eu, também não tem toda essa regularidade e só vai até onde tem vontade... se cansar volta. E entende meus medos, né? Sem passar a mão na cabeça, também, sem querer me cuidar. Ah... é bom.

Bom, Marcia não escalava há uns 2 anos e meio até a gente combinar uma cordada feminina no dia 8 de maio. Quando eu aprendi a escalar, aprendi com ela e, principalmente, com o marido dela, que na época era presidente do Clube Excursionista Light. Aliás comecei a escalar justamente por causa deles.

Começo o Flavio há muitos anos. Tipo, uns 12 anos. Conheci ele mais ou menos na época em que ele começou a namorar com a Márcia. Bom, um dia, há uns 7 ou 8 anos atrás eles resolveram oficializar o casamento e deram uma festa num casão lá em Santa Teresa. Fui no casório e me surpreendeu a quantidade de "aventureiros" presentes nela. Havia escaladores, trilheiros, gente que praticava corrida de orientação. E a conversa girava em torno desses assuntos. Alguém havia acabado de ir ao Everest ou algo assim. Na verdade não me lembro bem. Lembro só de ter contato, de leve, com esse mundo estranho, misterioso e sedutor da aventura e do montanhismo.
Me vendo loucamente interessada naquilo tudo o Flavinho convidou:

- Vamos fazer o Costão do Pão de Açúcar qualquer dia?
- Como assim?
- Olha, tem uma caminhada até lá em cima com um lancezinho de escalada no meio e acho que você vai curtir.

Meu Deus! Eu ia subir o Pao de Açúcar caminhando e escalando! Fiquei louca. Alguns dias depois lá fomos nós. Um grupo grande, guiado pelo Flavio. Dava medo aquilo. Tinha ouvido histórias de pessoas bastante próximas que haviam se acidentado subindo por ali. Um conhecido tinha párado no hospital depois de uma queda e lá ficou por uns dois meses. Flavinho respondeu aos meus medos de maneira muito séria: Se quer vir fazer uam coisa dessas tem que saber o que está fazendo e tem que ter segurança.
E com todo carinho me levou lá pra cima e me apresentou ao mundo das cordas, sapatilhas e boldriers.





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