domingo, 31 de agosto de 2008

31 de agosto

Fui ver a exposição da clarice linspecto no CCBB. Gostei.
Fui ver um filme no cinema. Gostei também.

sábado, 30 de agosto de 2008

30 de agosto

Dia de muita chuva.
Chuva que me faz querer ficar em casa sozinha em silêncio e mais nada.
Trabalhando nas minhas coisas de sempre.
Mas mais tarde tem festa de duas super-amigas e vale o esforço fazê-las felizes.
Sempre vale, não é?
Na verdade eu gosto mesmo é de inventar desculpas para ficar em casa e não ir a lugar nenhum. Ontem eu teria ido a qualquer lugar. Estava numas. MAs hoje vai ser um parto sair de casa.
Mas vou.
Culpa de Elisa, uma amiga que fez um enorme discurso sobre a importância de se comparecer aos aniversários das pessoas.
E Elisa não me sai da cabeça cada vez que penso em arrumar uma desculpa para não ir.
Tudo bem, então. Eu vou.
Mesmo porque eu amo as pessoas que hoje fazem anos.
E mesmo porque elas não fazem anos quaisquer, fazem trinta anos e isso é mais do que caso a ser comemorado.
Então tá, mais tarde tem festa. Mas é bem mais tarde.
E por agora posso aproveitar meu quarto, minhas bagunças e meu compuytador chumbrega.

Postei no youtube um videozinho experimental que ficou anos encalhado até sair.

encenação
Aí vai:


29 de agosto

Preguiça de escrever.
De trabalhar.
Fiz apenas trabalhos burocráticos.
Vim pra casa em uma noite insone.
Sonhei que comia sem parar. E engordava igualmente.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

28 de agosto

Um dia sem muitas novidades.

Quero dizer... os computadores hoje não estavam para mim. Insistiam em encerrar programas, a travar no meio de render e eu desisti do trabalho antes da meia noite.

Chegando em casa havia dois pacotes na portaria para mim. A entrega de dois livros que comprei pela internet em sebos espalhados por aí.
Em um deles havia uma surpreza: Junto com o livro que encomendei, o dono do sebo me mandou outro, de brinde. Um livro feioso, esquisito. OLhei o nome da autora (estranhamente Angela Moss de Sá) e o nome do cara que me enviou (Gabriel Moss de Sá) e tive certeza de que são irmãos (pq irmãos? Sei lá. Só concluí isso).

Lendo a contracapa do livro (De que lado estás, é o título) junto com uma foto dela apoiada a um parapeito de uma ponte, a autora diz que:

"Aos dezesseis anos escrevi dois poemas. Passaram-se vinte e dois anos. Aos 38, após um duro golpe, recomecei. Por quê? Porque sempre esteve tudo lá, adormecido. Esses pequeno livro (Esses pequeno livro mesmo, tá? Não é erro de digitação. Pelo menos não MEU erro de digitação), fruto de muitos anos de esforço, é o primeiro dos muitos que virão (não vieram, foi editado em 1998). Porque estão em mim, virtualmente. E todo virtual tende a se atualizar. Mas faz-se necessário um encontro: desejo e força. Todo homem precisa expressar-se de alguma forma. A minha é a palavra poética. A isso chamo de plenitude. Outros o Chamam de Deus."

Putz.

Fiquei me perguntando se o tal Gabriel envia esse livro para todos os seus compradores, para divulgar o trabalho dela... ou se o faz para se livrar de alguma quantidade absurda de livros que devem estar encalhados em sua livraria.

Porque esse homem me enviou esse livro, sem mais nem menos?

Fico querendo saber a história por trás desse ato.
A história desses dois irmãos. Dessa irmã que faz com que ele seja o responsável por divulgar (se livrar) a sua obra. Dos sentimentos dele quando embala um livro de ficção científica (Crônicas Marcianas, de Ray Bradbury) e decide colocar o da irmã junto. Como ele espera que uma leitora de ficção ciêntífica vai receber o tal livro.

Agora mesmo resolvi dar uma olhada no livro e notei a dedicatória que me foi feita:

"Sra Bárbara,
Este livro escrito com desejo e entusiasmo segue como uma cortesia para a senhora.
Felicidade,
Gabriel."


Sinto-me imediatamente culpada.
Agora preciso ler alguma coisa deste livro (são continhos). Há uma dedicatória para mim. A pessoa que me mandou este livro (agora já acho que é o marido da autora) escreve dedicatórias para seus compradores a quem o oferta.
Há um desesperado carinho nisso.
Uma real preocupação de que quem receba o livro dê a ele alguma importância.
Deseja-me felicidade e me diz que o livro foi escrito por causa da felicidade (é o que entendo da dedicatória).

Agora sinto-me obrigada a descobrir que livro é esse.

Amanhã posto o próximo capítulo dessa história.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

27 de agosto

Dia tudo de bom.

Começando com um belo passeio de bicicleta no Aterro.
Gravei dois vídeos, um curto e um de 12 minutos.
O curto eu postei no youtube




Do longo estou salvando alguns momentos:









Depois fui procurar quem me ajude a criar um dispositivo para prender a câmera na bike, porque ficar segurando na mão é foda. Tira muito a mobilidade.

À noite, despedida da Maíra na casa da Marina.
Finalmente conheci a casa dela´que é um xodó. Adorei.
E a festa foi divertidíssima. Bom gastar um tempinho com essa gente que a gente gosta tanto.

Ah! fui e voltei de fusca, sozinha!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
To ficando viciada.

Carlos esquelético


Momento amiga eu te amo!


Ana pasou horas enquadrando esta foto:
(comentário: hummmmmmmm)


Técnica Bruno Viana de tirar fotos com o dedo no flash


HAhahahaha

carlos esquelético2:


Pirundo com cara de quem acabou de dizer um absurdo.




Troféu pessoa simpática


Pois é!

Tatoos posando


As amigas


Então, a foto segunte é um close do Pirundo.

Fernanda não conseguiu imitar a técnica Bruno Viana para fotos com o dedo no flash


Eu e Fê. Que amoooooorrrrr


Eu e Zé Ramalho

terça-feira, 26 de agosto de 2008

26 de agosto

queria chamar o dia de hoje de "O dia da Bárbara".

Recebi um elogião no trabalho do colega Bruno de carvalho, com quem divido a edição do "Você está aqui". Ele é um puta editor, além de videoartista e fofo de plantão. Foi bom demais ouvir o elogio. Pena que não sei como reagir a essas coisas.

Dona Neila também estava numas. Inventou que quer transcrever meus poemas para vídeo. Que quer colocar no youtube. Que adora o que eu escrevo.

E eu fiquei boba boba.

Para completar eles adoraram meu vídeo da bicicleta.
Hoje fiz mais dois. Consegui, depois de muito esperar, colocar o primeiro no youtube.
Esse eu fiz na rua das laranjeiras:





O Outro eu fiz na volta para casa, à noite. Mas vai demorar um tempo até entrar no youtube, entao acho que não vou postar.

Achei as umagens que eu capturei nesse primeiro vídeo muito bacanas e resolvi passar um photoshop nelas.






segunda-feira, 25 de agosto de 2008

25 de agosto

Passei o dia meio atolada.
Sabe quando as coisas não dão muito certo?

Comecei queimando o arroz...




Depois me enrolei no trabalho.

Mas hoje eu estava menos para o trabalho e mais para outras coisas.
Acordei fazendo um desenho no quadrinho de casa.





Resolvi gravar minha ida ao trabalho.
Vou de bike, porque sou preguiçosa (acho que já falei disso antes).
Vim bem devagar, com medo de derrubar a câmera. Normalmente demoro 1 minuto e 15 segundos, hoje demorei 1'55".




(Notem a quantidade de fuscas estacionados no pequeno trajeto. E nenhum deles é o meu. Para vc ver como eu tenho razão quando digo que aqui é a terra dos fuscas.)


Fiquei feliz com a gravação. Até por causa dos tremeliques.
Fiquei com vontade de inventar um dispositivo para prender a câmera na bike.
Acho que pode ser divertido.

Por último, tirei uma foto de um desenho que fiz no escritório , outro dia, enquanto esperava um render.

domingo, 24 de agosto de 2008

24 de agosto

Acordei relativamente tarde para quem queria escalar.
Eram já dez da manhã e minha parceira de hoje nem nada de ligar. ela é vizinha e interfonei. A notícia: "caí da bike e torci o pulso, não vou poder escalar". Putz. Em cima assim, nem tentei ligar para ninguém.

Lavei louça, lavei roupa e li o jornal.
Mari dormia o sono dos que trabalham madrugada a dentro, então eu resolvi dar uma volta de bike para não perder o dia lindo.

Saí de casa e fui até a Lagoa. A idéia era dar 4 voltas, mas morri na terceira. Foi divertido porque encontrei um monte de gente. um pessoal do clube de montanhismo, um ex-colega de trabalho, o irmão da Lara que passou correndo e, finalmente, a Taíssa e o Reinaldo, amigos de sempre.
É divertido passar pelas mesmas pessoas over and over again.

Voltei para casa exausta. Acordei a mari, comi japonês e depois saímos para dar umas voltas de fusca, comigo no volante.

Ahahahaha
Adorei! Minha primeira volta de fusca à noite. Fomos ao catete e a botafogo. Voltamos para casa e saímos de novo. Ficamos dando voltas e mais voltas em círculos. Mariana gravava o passeio. Eis o que é juntar um fusca, a rua Pinheiro Machado, barbs ao volante, e Mari na camereta:
(o melhor é o final)


sábado, 23 de agosto de 2008

23 de agosto

Estou morrendo de preguiça...










Horas depois...


DIRIRGI O FUCA SOZINHA PELA PRIMEIRA VEZ!
Fui até o Largo do machado e voltei.
Para mim foi uma conquista!
UHU!

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

21 de agosto

Descobri que o meu psicopata favorito tem coração...



Fernando Ceylão. O nosso homem mau.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

20 de agosto

Saí do trabalho com essa cara:


terça-feira, 19 de agosto de 2008

19 de agosto

Tentando colocar o blog nos eixos. Ando com dificuldades para atualiza-lo.

Comecei vendo o Brasil levar uma goleada da Argentina no futebol masculino. Claro, ô timinho de merda, só não perdeu antes porque os outros timinhos conseguem ser ainda piores. Quer saber? Na verdade eu estava mesmo era torcendo pela Argentina, que estava lá para jogar futebol, enquanto o Brasil estava lá para ficar tocando bola de um lado para o outro.

Ai ai ai.

Tentando terminar o Museu nacuional. Virou novela essa edição. Nunca termina.


Vou ao trabalho mais tarde, para ver se funciono em casa.

....

À noite ajudei Dona Neila a colocar uns videozinhos seus velhos velhos no youtube. Segue aí:

Homenagens aos cem anos de Charles Chaplin




18 de agosto

Terminei mais uma edição.
Vi Dona Neila.
Vi o Brasil ganhar no volei feminino.
Dormi tarde.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

17 de agosto

Acordei, como todos os dias, para ver olimpíada.
Mariana saiu da cama tarde, eu já ia saindo para um almoço com a galera, mas aí a Mari propôs: Vamos dar uma voltinha de fusca, eu dirijo a ida até o posto e você dirige a volta.

Eu fui feliz da vida. Foi a primeira vez que dirigi o fusca pela rua. Eu fiquei 4 anos sem dirigir porque minha carteira havia vencido e eu nunca renovei. Agora, de carteira nova, tenho que retomar. Vim direitinho, mas matei um pombo...

Pois é...
Sou um perigo...


MAri, dirigindo o fuca



Depois fui de bike para o almoço promovido por Fernanda Buarque de Hollanda, em homenagem à Maíra Francisco Sala e realizado pela chef Marina Calvet, na casa de Fernanda.



Entre os presentes, destacava-se uma gatinha quietinha, mas cheia de sensualidade.











Os celulares se reuniram em um canto afastado para fofocar...

16 de agosto

Não atualizei o blog.
Não por preguila de escrever, mas por preguiça de ver o computador no final de semana.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

15 de agosto

Não estou conseguindo trabalhar no Museu nacional.
Tive um monte de coisas a fazer, minha mãe apareceu de surpresa, acabei fazendo almoço...

De bom, peguei minha carteira de motorista no Detran.
Agora é reaprender a dirigir.
Será que acho um professor para dar aulas no meu fusca?

Hoje vai ao ar um episódio muito maneiro do "Você está aqui". Chama-se "Qual sua cor preferida?" e a galera já está chamando de jóia da coroa da série.

O diretor Fernando Ceylão mandou um email avisando que os episódios anteriores estão na internet. Vou publicar aqui. Por agora vai apenas um, o da semana passada.

Chama-se "Estela" e é sobre uma mulher muito solitária vivida por Louse Cardoso. Para os fãs da minha nova musa, tem participação especial de Neila Tavares...

Fico por aqui porque tenho que ir para o trabalho. Hoje termino mais uma edição.

ESTELA



14 de agosto

esqueci de atualizar... trabalahei até à uma da manhã.
Missa de sétimo dia da vovó, que eu não fui.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

13 de agosto

Vou encontrar com a Maíra e tchurma depis do trabalho.
Legal... jantarzinho no Lamas...

terça-feira, 12 de agosto de 2008

12 de agosto

Não fiz nada de especial...
Muitas cólicas, segundo dia de cólicas.
Estranho isso. Sempre tive um dia de cólicas e só.
MAs hoje urrei de dor... e me cheguei tade ao trabalho.
Mariana disse que médico pode resolver. OK vou ao médico.

Bom descobrir que mesmo depois de duas semanas completamente descontrolada, não emagreci mas também não engordei.

Espero poder emagrecer esta semana. Falta tão pouco...

Amanhã fica pronta minha carteira de motorista.
Saberei dirigir?
OU melhor, terei coragem de dirigir?

A testa a minha avó, onde eu dava muitos beijos e que, no sábado, era apensas a superfície fria da testa de um cadáver, já em decomposição, não me sai da cabeça.

Tenho que apagar o telefone dela da agenda de meu celular.
É o último número da agenda, e esbarro nele constantemente...

Quero reagir agora.
Chega de drama.
Tava na hora...

Não me lembro de onde tirei isso, mas acordei com isso na cabeça:

QUE MORRA O AVÔ, QUE MORRA O PAI, QUE MORRA O FILHO, QUE MORRA O NETO.

(para a boa sorte)

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

11 de agosto

Acordei nem cedo nem tarde. Nove e meia.
Liguei rapidamente a TV para ver algo da olimpiada. Vi a vitporia brasileira no vôlei de praia feminino. Depois fui para o quartinho trabalhar. Consegui trabalhar um pouco. Muito pouco, porém. Eu já tinha que ter terminado esse vídeo do Museu Nacional, mas me atrasei, por motivos óbvios.
Monstruei.
Achei bom, achei que vou melhorar de humor.
Morte de vó junto com TPM é foda.
Tive muitas dores, muitas cólicas.
Fiquei sem vontade de comer e de pensar em comida.
Acabei comendo um sanduiche na padaria.
Paguei contas de casa.
Vim para o trabalho.
Terminei uma edição.
Estou renderizando agora.
E daí veio a tristeza de lembrar que não fui visitar minha avó na semana passada.
E faço força para não cair nas minhas próprias armadilhas mentais.

10 de agosto

Saudades...



9 de agosto

Iracema Martins de Souza e Silva

(vó Cema)

Você se foi sem aviso, sem se despedir, quase de repente. Vamos sentir sua falta.

Era bom vê-la sentada na sua varanda, com seu chapéu de abas largas nos dias de sol, quando passávamos pela casa 4. Sempre dizíamos um alô e muitas vezes parávamos para um dedo de prosa. Você adorava conversar, estava sempre de cara boa, sem se queixar dos seus problemas de saúde. com espírito jovial e brincalhão, dava notícia de tudo, apesar da idade avançada. Para todos tinha uma palavra boa, interessada em saber das novidades, fazendo seus comentários espirituosos, com ironia mas com bondade. Depois de alguma viagem, era comum você nos telefonar pedindo notícias nossas, de nossos filhos e netos.

Você adorava os seus, e enquanto pôde viajar tinha o maior prazer em visitá-los, passando longas temporadas em Recife, em Brasília, em Belo Horizonte... Nos últimos tempos as viagens foram rareando com suas dificuldades em se locomover, e você já não viajava mais de avião. Mesmo assim, para lhe dar prazer, seus filhos a levaram de automóvel até Angra dos Reis para uma festa de famiília. Uma viagem que você curtiu.

Você sempre foi muito querida de seus visinhos da vila. Nos seus noventa anos, recebemos o aviso de que teria um boluinho em casa e, abrindo a casa para todos, você comentou que recebeu muitas visitas que a surpreenderam.

Você vai fazer falta. Sempre que passarmos pela casa 4, iremos nos lembrar de seu sorriso e de sua conversa. Continuaremos a senti-la perto de nós como um anjo sorridente. Que deus a tenha em bom lugar!

Homenagem dos visinhos da Vila Julio.

8 de agosto

Tchau vovó...

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

7 de agosto

Voltei a trabalhar no institucional do Museu Nacional.
Muito bom para acalmar meus nervos.

Passei a noite sonhando que eu ora estava sendo perseguida pelos Interahamwe, ora eu era um deles e perseguia alguém. Na verdade o sonho me deixou mais curiosa do que nervosa. O despertador tocou diversas vezes, mas eu queria continuar dormindo e descobrir onde aquilo ia parar. No final acho que não parou em lugar nenhum.

O que aconteceu foi que eu acordei pensando que estou meio que submersa nesse assunto "morte". Ele está muito presente no meu trabalho, está nas minhas leituras, nos filmes que assisto, e agora andei pessimista pensando que talvez perca minha avó.

Mas hoje fui visitá-la e, apesar de ela ainda estar entubada e dopada, como no outro dia, tinha um aspecto muito mais tranqüilo e respondia com aumento nos batimentos cardíacos às coisas que eu falava. Acho que me escutou. Sei lá. A gente fica esperando que sim, né?

Mas parece que, embora o estado dela seja grave, ela está melhorando. O coração voltou a funcionar sozinho, as funções todas voltaram ao normal (minha tia comemorava o saco de urina cheio, que enfeitava a cama da vovó). O que está ruim mesmo é a infecção.
Vamos ver como ela vai ficar. Minha avó é forte como um touro. Sempre foi. A fragilidade está naquele número: 91 (anos).

De qualquer forma, a oração está valendo.

E hoje meu coração está mais tranqüilo.

Depois vim para o trabalho, e cá estou eu envolta no assunto "morte".
Na verdade, no assunto "se vc me rejeita eu quero que vc morra".
E no incrível desafio de transformar um texto que demora 40 minutos para ser falado, em um vídeo de 14 minutos e meio, no máximo. Bom, faltam 15 segundos. Malditos 15 segundos.

Por hoje desisto.
Amanhã volto e acho que vai ser mais fácil terminar.

(espero hoje ter sonhos mais tranqüilos)
(sinto falta do meu remédio para dormir, que acabou)

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

6 de agosto

Acordei e fui trabalhar, resolver uns problemas.

Depois saí correndo para ver minha avó no hospital.
Lá estava ela, entubada, inchada, dopada e semi-consciente. Sofreu uma parada cardíaca no meio da noite. Demoraram alguns minutos para reanimá-la. Minha prima se disse positiva. Disse que ela apresenta um quadro bom por um lado, ruim para o outro, e explicou, mas não sou capaz de reproduzir aqui.

Fiquei muito impressionada de ver minha vozinha assim. Falei com ela, pois me disseram que, embora não demonstrasse, ela me ouvia. Falei, mas fiquei com medo de falar o que não devia. Basicamente repeti que a amava e que a veria amanhã.

Espero muito poder vê-la novamente amanhã. Fiquei com medo de estar mentido. Não sei mentir. Tive que sair correndo, pois não sabia o que falar para ela depois de ter dito algo que poderia ser uma mentira.

No corredor, a família chorava e ria, porque um dos defeitos da família por parte de pai não é o mau-humor. O mau-humor eu herdei do lado da minha mãe, provavelmente. Rimos de uma situação tragicômica que meu pai me contou. Ele estava hoje em uma reunião com engenheiros. Quando souberam do estado de minha avó uma dos presentes quis fazer uma oração. Pararam para orar e ela começou:
“Por favor, meu pai querido, que está já aí no outro plano, receba bem a mãe de Antônio Carlos, que em breve se juntará a você...” Daí meu pai levantou e disse: “Espera aí. Pode parar a oração que minha mãe daqui não sai. Manda teu pai aí esperar mais um pouco, viu?”

Tragicômico...

A família riu descontroladamente.
A situação da minha avó me fez ver que há algo nessa família de que realmente gosto.

Falávamos também das intermináveis primeiras 48 horas, que nunca venciam. Nunca vencem. São crusciais e, por isso mesmo, não passam. Parece que já tem três dias que operaram minha avó. Mas não faz ainda 48 horas.

Saí de lá correndo. Tinha Detran marcado, renovação de carteira. E sair de lá correndo foi um alívio. Minha mãe, que estava comigo e foi visitar minha avó, saiu comigo. Fomos falando sobre qualquer coisa diferente. Trabalho, dinheiro e Ruanda, como eu não poderia deixar de falar, pois esse se tornou meu assunto favorito, e minha escapatória de ontem à noite. Ruanda e sua história. Ruanda e suas mortes.

Depois do Detran vim para casa e, sozinha, voltando das compras no supermercado, comecei a rezar.

Explico uma coisa: não acredito em Deus. Não sou atéia tampouco. Apenas não sei o que vem depois e assim me mantenho. Algo eu vou virar, como poeira ou comida de larva. Se no plano espiritual isso também vai acontecer eu não sei. Mas não importa, realmente. Tenho fé de que, seja o que for, vai ser tranquilo. Afinal, tudo e todo mundo passa por isso. Faz parte. É natural.

O que importa é que eu me dou uma licença poética quando se trata de Deus, ou do Deus dos outros. Não rezo quando estou em apuros, porque acho isso errado, incoerente e, no caso de haver um deus mesmo, acho escroto só falar com ele quando eu estou precisando de um favor. Por isso não falo nunca, nem naqueles momentos em que eu queria muito falar. Minha licença poética se dá quando eu preciso pedir alguma coisa ao deus de alguém, mas alguma coisa que eu realmente acho que seria bom pedir para aquela pessoa em especial.

Então hoje eu rezei pela minha avó ao Deus da minha avó. Minha oração foi: Se der, deixa ela mais um pouquinho com a gente. Mas não a deixe sofrer. Sei que minha família a quer de volta, mesmo com quaisquer seqüelas, mesmo de qualquer jeito, mas não a faça sofrer. Se ela tiver que sofrer, a leve logo, de uma vez, o mais rápido que puder. Aqui em baixo a gente agüenta.

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Eu estava me lembrando que, engraçado, de domingo para segunda tive um sonho com minha avó. Sonhei que ela estava descendo as escadas da casa dela, com dificuldades, mas sozinha, apoiada na grade. Tinha os pés descalços. Eu me espantava e a cuidadora dela dizia que, de uns tempos para cá, minha avó estava bem melhor.

(ela tem dificuldade de mobilidade e só sai de casa carregada por homens fortes)

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Mudando de assunto, porque me é necessário

Ontem fui dormir pensando que o autor do livro que terminei ontem fala que ninguém precisa mais de mártires, mas termina o livro falando das tais meninas na escola. Falando delas como mártires de uma Ruanda utópica.

O homem e suas contradições...

terça-feira, 5 de agosto de 2008

5 de agosto

acordei cedo e fui trabalhar. Havia trocado de turnos com o outro editor. À tarde fui visitar minha avó no hospital, achando que ela estava melhor.
Bem, ela parecia melhor, mas parece que, na verdade, piorou da manhã para a tarde.
Ainda não sabemos como tudo vai ficar, se vai ficar.
Estou estranha, muito emocionada com tudo isso.
Deveria voltar ao trablho agora, só que ao trabalho em casa.
Não sei se consigo.
Mais fácil voltar ao meu livro sobre o Genocídio de Ruanda.

Esquisito, não?

Mais tarde vou fazer uma forçinha para trabalhar.
Acho que pode me fazer bem.

Amanhã tenho novamente o horário trocado.
Vamos torcer.

horas depois..................

Acabo de acabar de ler o livro "Gostaríamos de informá-lo de que amanhã seremos mortos com nossas famílias" de um jornalista americano chamado Philip Gourevitch, sobre Ruanda, ou o Genocídio de Ruanda, de 1994. É um livro intrigante, inteligente e muito reflexivo sobre os acontecimentos, histórias, tradições, políticas e cultura que influenciaram o genocídio. E ele consegue ser surpreendentemente otimista, apesar de acabar com a continuação dos assassinatos e de limpeza étnica.

No final do livro ele escreve (sobre o julgamento de um homem acusado de comandar um massacre de Hutus contra Tusis, anos depois de "findada" a guerra oficialemnte:

"O prisioneiro explicou na televisão que o massacre era parte de uma campanha de "libertação" do Poder hutu. Seu bando, de 150 militantes, era composto em uma grande parte por membros da ex-FAR e da interahamwe (grupos que haviam executado o genocídio). Durante seu ataque à escola em Gisenyi, ,assim como no ataque anterior à escola de Kibuye, as alunas, adolescentes que haviam sido arrancadas do sono, receberam a ordem de se serararem - tutsis de um lado, hutus do outro. Mas as alunas haviam se recusado. Em ambas as escolas as garotas disseram que eram simplesmente ruandesas, e por isso foram espancadas e alvejadas indiscriminadamente.

Os ruandeses não têm necessidade de novos mártires - nem espaço para eles em sua imaginação lotada de cadáveres. nenhum de nós tem. Mas não poderíamos criar um pouco de coragem inspirados no exemplo daqueles bravas garotas hutus que poderiam ter escolhido viver, mas em vez disso escolheram chamar a si próprias de ruandesas?"

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

4 de agosto


Volto à ativa...

(...)

Algumas horas depois....

Well, nem voltei à ativa.
Recebi uma ligação nervosa da empregada de minha avó paterna. Ela estava no hospital e seria internada. Fui ao trabalho. Lá encontrei com o diretor do programa. Acertamos só o urgente e necessário. Pedi para continuarmos outro dia e me fui embora para o hospital. Chegando lá estava meu tio, tia e minha prima médica. Minha avó na emergência, com problemas na visícula e precisando ser operada de emergência. Ficamos lá a noite inteira esperando a operação. Ninguém contou a ela que seria operada, para não deixá-la ainda mais nervosa. Quando ela soube chorou e começou a dizer que a dor já tinha passado e que tudo aquilo era exagero.

Bom, a pedra que saiu da visicula dela era do tamanho de um ovo.
Agora ela está na CTI, estável.


(essa mão aí é a do meu tio,
que ficou obsecado em tirar fotos da pedra
e levou depois para casa)

O médico falou que era uma das maiores pedras que ele já tinha visto e que foi "right on time" a hora da operação. Disse que minha avó tem grande resistência à dor e por isso não havia notado ainda aquilo.

Pois é. Minha avozinha tem mesmo grande resistência. Ela uma vez me disse que em dia que nada doía ela até sentia que estava faltando alguma coisa...

ai ai ai.
Desejo muito não chegar nisso.
Morrer velha mais com saúde ótema, de pé, independente.
Ou morrer jovem mesmo.
MAs sabe-se lá.

Irei lá amanhã a tarde para ver como vão as coisas.

domingo, 3 de agosto de 2008

3 de agosto

Despedida em familia do irmão-brother.

A irmã coruja aqui já sofre de saudades.

ai ai ai

(e de inveja) :-P

NY... NY...


sábado, 2 de agosto de 2008

2 de agosto

Despedida do irmão brother...

vou ficar com saudades.