terça-feira, 5 de agosto de 2008

5 de agosto

acordei cedo e fui trabalhar. Havia trocado de turnos com o outro editor. À tarde fui visitar minha avó no hospital, achando que ela estava melhor.
Bem, ela parecia melhor, mas parece que, na verdade, piorou da manhã para a tarde.
Ainda não sabemos como tudo vai ficar, se vai ficar.
Estou estranha, muito emocionada com tudo isso.
Deveria voltar ao trablho agora, só que ao trabalho em casa.
Não sei se consigo.
Mais fácil voltar ao meu livro sobre o Genocídio de Ruanda.

Esquisito, não?

Mais tarde vou fazer uma forçinha para trabalhar.
Acho que pode me fazer bem.

Amanhã tenho novamente o horário trocado.
Vamos torcer.

horas depois..................

Acabo de acabar de ler o livro "Gostaríamos de informá-lo de que amanhã seremos mortos com nossas famílias" de um jornalista americano chamado Philip Gourevitch, sobre Ruanda, ou o Genocídio de Ruanda, de 1994. É um livro intrigante, inteligente e muito reflexivo sobre os acontecimentos, histórias, tradições, políticas e cultura que influenciaram o genocídio. E ele consegue ser surpreendentemente otimista, apesar de acabar com a continuação dos assassinatos e de limpeza étnica.

No final do livro ele escreve (sobre o julgamento de um homem acusado de comandar um massacre de Hutus contra Tusis, anos depois de "findada" a guerra oficialemnte:

"O prisioneiro explicou na televisão que o massacre era parte de uma campanha de "libertação" do Poder hutu. Seu bando, de 150 militantes, era composto em uma grande parte por membros da ex-FAR e da interahamwe (grupos que haviam executado o genocídio). Durante seu ataque à escola em Gisenyi, ,assim como no ataque anterior à escola de Kibuye, as alunas, adolescentes que haviam sido arrancadas do sono, receberam a ordem de se serararem - tutsis de um lado, hutus do outro. Mas as alunas haviam se recusado. Em ambas as escolas as garotas disseram que eram simplesmente ruandesas, e por isso foram espancadas e alvejadas indiscriminadamente.

Os ruandeses não têm necessidade de novos mártires - nem espaço para eles em sua imaginação lotada de cadáveres. nenhum de nós tem. Mas não poderíamos criar um pouco de coragem inspirados no exemplo daqueles bravas garotas hutus que poderiam ter escolhido viver, mas em vez disso escolheram chamar a si próprias de ruandesas?"

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