quinta-feira, 7 de agosto de 2008

7 de agosto

Voltei a trabalhar no institucional do Museu Nacional.
Muito bom para acalmar meus nervos.

Passei a noite sonhando que eu ora estava sendo perseguida pelos Interahamwe, ora eu era um deles e perseguia alguém. Na verdade o sonho me deixou mais curiosa do que nervosa. O despertador tocou diversas vezes, mas eu queria continuar dormindo e descobrir onde aquilo ia parar. No final acho que não parou em lugar nenhum.

O que aconteceu foi que eu acordei pensando que estou meio que submersa nesse assunto "morte". Ele está muito presente no meu trabalho, está nas minhas leituras, nos filmes que assisto, e agora andei pessimista pensando que talvez perca minha avó.

Mas hoje fui visitá-la e, apesar de ela ainda estar entubada e dopada, como no outro dia, tinha um aspecto muito mais tranqüilo e respondia com aumento nos batimentos cardíacos às coisas que eu falava. Acho que me escutou. Sei lá. A gente fica esperando que sim, né?

Mas parece que, embora o estado dela seja grave, ela está melhorando. O coração voltou a funcionar sozinho, as funções todas voltaram ao normal (minha tia comemorava o saco de urina cheio, que enfeitava a cama da vovó). O que está ruim mesmo é a infecção.
Vamos ver como ela vai ficar. Minha avó é forte como um touro. Sempre foi. A fragilidade está naquele número: 91 (anos).

De qualquer forma, a oração está valendo.

E hoje meu coração está mais tranqüilo.

Depois vim para o trabalho, e cá estou eu envolta no assunto "morte".
Na verdade, no assunto "se vc me rejeita eu quero que vc morra".
E no incrível desafio de transformar um texto que demora 40 minutos para ser falado, em um vídeo de 14 minutos e meio, no máximo. Bom, faltam 15 segundos. Malditos 15 segundos.

Por hoje desisto.
Amanhã volto e acho que vai ser mais fácil terminar.

(espero hoje ter sonhos mais tranqüilos)
(sinto falta do meu remédio para dormir, que acabou)

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