sexta-feira, 29 de agosto de 2008

28 de agosto

Um dia sem muitas novidades.

Quero dizer... os computadores hoje não estavam para mim. Insistiam em encerrar programas, a travar no meio de render e eu desisti do trabalho antes da meia noite.

Chegando em casa havia dois pacotes na portaria para mim. A entrega de dois livros que comprei pela internet em sebos espalhados por aí.
Em um deles havia uma surpreza: Junto com o livro que encomendei, o dono do sebo me mandou outro, de brinde. Um livro feioso, esquisito. OLhei o nome da autora (estranhamente Angela Moss de Sá) e o nome do cara que me enviou (Gabriel Moss de Sá) e tive certeza de que são irmãos (pq irmãos? Sei lá. Só concluí isso).

Lendo a contracapa do livro (De que lado estás, é o título) junto com uma foto dela apoiada a um parapeito de uma ponte, a autora diz que:

"Aos dezesseis anos escrevi dois poemas. Passaram-se vinte e dois anos. Aos 38, após um duro golpe, recomecei. Por quê? Porque sempre esteve tudo lá, adormecido. Esses pequeno livro (Esses pequeno livro mesmo, tá? Não é erro de digitação. Pelo menos não MEU erro de digitação), fruto de muitos anos de esforço, é o primeiro dos muitos que virão (não vieram, foi editado em 1998). Porque estão em mim, virtualmente. E todo virtual tende a se atualizar. Mas faz-se necessário um encontro: desejo e força. Todo homem precisa expressar-se de alguma forma. A minha é a palavra poética. A isso chamo de plenitude. Outros o Chamam de Deus."

Putz.

Fiquei me perguntando se o tal Gabriel envia esse livro para todos os seus compradores, para divulgar o trabalho dela... ou se o faz para se livrar de alguma quantidade absurda de livros que devem estar encalhados em sua livraria.

Porque esse homem me enviou esse livro, sem mais nem menos?

Fico querendo saber a história por trás desse ato.
A história desses dois irmãos. Dessa irmã que faz com que ele seja o responsável por divulgar (se livrar) a sua obra. Dos sentimentos dele quando embala um livro de ficção científica (Crônicas Marcianas, de Ray Bradbury) e decide colocar o da irmã junto. Como ele espera que uma leitora de ficção ciêntífica vai receber o tal livro.

Agora mesmo resolvi dar uma olhada no livro e notei a dedicatória que me foi feita:

"Sra Bárbara,
Este livro escrito com desejo e entusiasmo segue como uma cortesia para a senhora.
Felicidade,
Gabriel."


Sinto-me imediatamente culpada.
Agora preciso ler alguma coisa deste livro (são continhos). Há uma dedicatória para mim. A pessoa que me mandou este livro (agora já acho que é o marido da autora) escreve dedicatórias para seus compradores a quem o oferta.
Há um desesperado carinho nisso.
Uma real preocupação de que quem receba o livro dê a ele alguma importância.
Deseja-me felicidade e me diz que o livro foi escrito por causa da felicidade (é o que entendo da dedicatória).

Agora sinto-me obrigada a descobrir que livro é esse.

Amanhã posto o próximo capítulo dessa história.

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